
O Storytelling é fundamental na comunicação escrita
O poder do storytelling é imenso. Deves encarar o storytelling como uma das principais técnicas de escrita para envolver e cativar as pessoas. Vamos a uma boa história?
Mas como se define esta técnica de escrita? De acordo com o Rockcontent “Storytelling é um termo em inglês. “Story” significa história e “telling”, contar. Mais que uma mera narrativa, storytelling é a arte de contar histórias usando técnicas inspiradas em roteiristas e escritores para transmitir uma mensagem de forma inesquecível. “
O bolo de pinhão e as memórias
Deve existir no nosso cérebro, uma ligação qualquer entre a parte da memória e a parte do sabor, porque é inevitável para todos os seres humanos deste planeta, que a comida nos traz sempre memórias.
Estas faculdades cognitivas – pensar, lembrar e reconhecer sabores – devem ser como casas geminadas num bairro muito bonito, com um jardim central e todas elas iguais umas às outras. Estão a ver aquele quarteirão onde nos perdemos de carro e não conseguimos distinguir o nome do amigo pela caixa de correio? É que as caixas de correio são todas iguais.
Quando era pequena e saía da escola era a nossa avó que nos vinha buscar. No caminho de regresso, olhávamos para o chão à procura dos pinhões que caíam de uma árvore plantada dentro do recreio da escola. Apanhávamos os pequenos pinhões e metíamos a nossa “coleta” dentro de um saco.
Já em casa fazíamos o nosso bolo com pinhões, cujo sabor me fui esquecendo ao longo do tempo.
Não era um bolo. Era uma ligação espiritual.
O bolo não era apenas uma mistura de ingredientes. Era muito mais do que isso. Era uma ligação umbilical entre nós e a nossa avó, quase como o sangue que nos corre nas veias e que não deixa dúvidas sobre quem somos. Por outras palavras: cozinhar com ela era uma experiência espiritual. Um momento que liga pessoas e gerações.
Assim, mesmo quando as pessoas partem, os sabores ficam cá. Ficam cá para nos acompanhar e para nos recordar que, de alguma forma, aquela pessoa ainda está entre nós.
Há muito tempo que não comprava pinhões (até porque estão muito caros, não acham?). Mas decidi arriscar uns euros e levar para casa um saco onde havia mais vácuo do que pinhões e meter alguns à boca.
As memórias regressam com o sabor
É incrível a sensação que tive quando voltei a comer pinhões. Vieram-me imediatamente à memória aqueles tempos com a minha avó em que nós, com as mãos sujas, descascávamos a semente à martelada (algumas vezes, o delicado pinhão tinha sido severamente prejudicado pelo martelo). Fui imediatamente transportada para um tempo e espaço que, julgava eu, estava quase esquecido.
É extraordinário o que este triângulo de capacidades – pensar, lembrar e sentir sabores – nos pode fazer. Transporta-nos para mundos de uma outra vida que, afinal, faz parte do ADN do nosso presente.
E tu, estás agora convencido/a que uma boa história é um dos primeiros passos para chamar a atenção da tua audiência?

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo” (Saramago)
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