A Biografia de Jerusalém
Conhecer Jerusalém é conhecer o Mundo

Quero falar-vos do livro “Jerusalém, a Biografia” de Simon Sebag Montefiore, que se encontra esgotado, julgo eu, há algum tempo.

Consegui, contudo, encontrá-lo à venda num alfarrabista, numa edição de jornal, dividido em pequenos livros de bolso, que estou a ler, com grande entusiasmo e voracidade, à medida que avanço nas suas palavras.

O Autor traça toda a história da Cidade Santa ao longo do último milénio com uma extraordinária visão de romancista e de cineasta. Parece que vemos todos os acontecimentos a ocorrer mesmo em frente aos nossos olhos. Simon Sebag conta-nos a história de Jerusalém como se fosse um cameraman, para nos mostrar como a cidade tem sido alvo de destruições e reconstruções, vezes sem conta.

Garanto-vos que a leitura é cativante, desde a primeira página.

Jerusalém: um tesouro que todos reclamam

Destaco, primeiro, uma das passagens do livro: “Jerusalém é a Cidade Santa, mas sempre foi um antro de superstição, de charlatanismo e de hipocrisia; Jerusalém foi alvo de cobiça e prémio de impérios, mas é uma cidade sem qualquer valor estratégico. Alberga a sede cosmopolita de múltiplas seitas, cada uma das quais considera que a cidade lhe pertence em exclusivo”.

A leitura do livro, ao longo das suas páginas vai demonstrar isso mesmo.

Uma leitura cativante

O que também me impressionou, logo nas primeiras páginas do livro, é como o Autor consegue prender a atenção do leitor. Os acontecimentos decorrem a um ritmo vivo, que nos permite seguir o rumo da História, a entrada de novos protagonistas, conquistadores e guerreiros, embora sem entrar em detalhes. Percebemos, rapidamente, que Jerusalém permanece nos dias de hoje, quase como um milagre, pois a forma selvática como foi destruída e a sua população dizimada, poderia fazer dela hoje uma pilha de pedras apenas interessante para os arqueólogos.

É bom que os milagres aconteçam.
Jerusalém é um produto de vários impérios, onde se destacam diversas personalidades que fizeram dela o seu troféu. Cidade no meio do deserto e a uma distância considerável da costa, é impressionante como o reduzido valor geoestratégico contrasta com o seu valor religioso.

Uma leitura obrigatória

Para quem queira conhecer este recanto do planeta e a história de Jerusalém, esta biografia da cidade, de Simon Sebag é de leitura obrigatória.

Ainda vou a meio desta história fantástica, mas senti que devia já fazer algumas observações sobre este livro. Foi aqui que descobri que Herodes não era de origem romana, embora tivesse obtido a cidadania. E, de uma forma ou de outra, todos os imperadores romanos – sobretudo, os que reinaram no Oriente – tiveram um papel decisivo na história desta cidade. Deve-se a Tito, a destruição do Templo de Jerusalém, bem como o massacre humano e cultural cometido neste lugar sagrado. Fiquei francamente impressionada com o relato dos acontecimentos, tal como foi descrito por Simon Sebag.

No meio deste contexto histórico, compreendi melhor o impacto do aparecimento de Jesus, numa sociedade que não conhecia qualquer tipo de regra moral (pais que matavam os filhos, mulheres assassinadas pelas irmãs e irmãos, entre muitos outros crimes que se cometiam nesta época).

Fiquei escandalizada com os assassinatos cometidos ao longo da história de Jerusalém e os cismas religiosos que a sua destruição causou.

Mais do que podemos imaginar, Jerusalém influenciou a vida de cada um.

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